Editorial
Problema atual
As casas de apostas esportivas, popularmente chamadas de bets, chegaram para ficar. Nada ilegal nisso, já que não entram no escopo de jogos de azar, já que, tecnicamente, é diferente. Rapidamente caíram no gosto popular e, principalmente, da publicidade. Repare na próxima vez que você estiver assistindo uma partida de qualquer coisa, leitor. Pelo menos um terço das placas de propaganda no entorno de campos e quadras é de alguma bet. Em sites, rádio, televisão, jornais. As apostas estão por tudo e o chamariz é forte.
As bets já foram regulamentadas pelo governo federal e, legalmente, tudo está certo por aqui. No entanto, alguns pontos precisam ser pensados no que tange o tema. Ambos em uma prateleira ética. A primeira é justamente da publicidade. Tal como o álcool, o cigarro e outras coisas, por mais que sejam permitidos, causam vício. O jogo não é diferente. E a questão desenfreada de tanto chamariz, de qualquer programa de rádio e tv esportivo ficar estimulando e de ser algo popularizado pode gerar problemas. Há não muito tempo o DP fez uma reportagem, assinada por João Pedro Goulart, sobre os impactos que o vício em apostas gera. Já passou da hora de uma regulamentação mais específica que deixe claro o problema que isso pode causar.
E a segunda é a da idoneidade envolvendo tudo isso. É óbvio que as casas de aposta não têm o menor interesse de manipulação de resultados, afinal, os lesados são eles mesmos. Não faria sentido. No entanto, como vários setores da vida, está propenso aos tentáculos de corruptos e de criminosos. No Brasil, surgem diariamente denúncias de potenciais manipulações de resultados. Agora, o Senado Federal diz que mais de cem partidas - nenhuma da primeira divisão - estão sob análise e que a CPI que investigará o tema terá andamento em breve.
São duas frentes paralelas com uma mesma origem, o surgimento desenfreado da aposta esportiva e sua popularização. Em ambas, existem órgãos competentes capazes de atenuar os problemas (sejamos honestos, é muito difícil zerar um problema). Cabe, agora, o País ser sério nisso para não destruir tanto famílias que perdem tudo para a jogatina, quanto os esportes para o submundo do crime.
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